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MEIO FIO VIDA DE CADEIRANTE | LUZ REVELADORA | MANALISAS

  • Foto do escritor: Galeria Experimental
    Galeria Experimental
  • 8 de set. de 2024
  • 4 min de leitura

Entre os dias 23 de agosto e 05 de setembro, de 2024, a Galeria recebeu três exposições, de fotografias fascinantes:


"MEIO FIO VIDA DE CADEIRANTE" - Jorge Aguiar


"LUZ REVELADORA" -

Bruno M. da Rocha Freitas

Carlos Eduardo Dihl

Gabriela Marques Nunes

Isabelle M. Tavares

Vinícius Patel Fin


"MANALISAS" - Jorge Aguiar


Te convidamos a conferir um pouco sobre as obras e artistas, na sequência.


“MEIO FIO VIDA DE CADEIRANTE” - Jorge Aguiar 


Como um Cavalo de Tróia, a fotografia de Jorge Aguiar penetra no interior de nossos afetos, não para destruí-los, mas para nos desconcertar com um profundo sentimento de abandono e vulnerabilidade. Por alguns anos, ele percorreu ruas, becos e casas captando as imagens dos cadeirantes invisíveis de uma maneira sensível e particular. O solitário artista que persegue, descobre e percorre os pequenos infernos urbanos e as suas tristezas secretas, ainda mais crueis do que as misérias públicas, registra a expressão da melancolia, do lado terrível e patético da vida humana. Pessoas simples fazendo coisas pequenas em lugares pouco importantes nos dão lições extraordinárias. 

A fotografia de Jorge Aguiar “contém” o tempo e a experiência do tempo. Uma fotografia carregada de histórias e movida a desafios. Uma luta do indivíduo contra as circunstâncias, onde a dor e a felicidade não são faces de uma mesma grande viagem. Olhar as imagens de Jorge Aguiar é falar de saídas, de permanências e de voltas, sabemos que houveram muitas saídas, que a permanência também foi uma viagem, e que o retorno nunca foi definitivo. 

Os trabalhos de Jorge Aguiar são modos de reconstruir o real, um outro real, talvez mais carregado de significado do que o real naturalmente observado. Fotografias que possuem atitudes e que nos dizem que a neutralidade ajuda o opressor, nunca a vítima. O silêncio encoraja o atormentador, nunca o atormentado. Num mundo de tantos desenganos, mostrar uma verdade é um ato revolucionário. As imagens nos mostram um presente que naufragaria todo o tempo se não fosse equilibrado pelo peso da esperança e pelo contrapeso das lembranças. A esperança é a alegria nascendo. 

As obras de Jorge Aguiar neste trabalho pretendem deter um momento, que é vida, e fixá-lo de modo que, daqui a cem anos, quando um estranho olhar essas imagens, elas se movam novamente, pois é vida. 


Paulo Leônidas 

Conselheiro Nacional de Cultura CNPC/Minc


“M A N A L I S A S” - Jorge Aguiar


Manalisas, do Jorge Aguiar é um trabalho sensível que une duas pontas da sociedade: a dita cultura erudita e a periferia. 

Muito mais do que um rico material de denúncia social, e aqui vale ressaltar a escolha estética do artista por uma fotografia pungente que nos traz, sem filtros, a dura realidade das periferias, mas com poesia e bom humor e, principalmente com uma atitude de respeito e empoderamento dessas mulheres. 

O que o Jorge Aguiar nos apresenta é uma fotografia marginal. Marginal no sentido mais etimológico da palavra, que é oriunda do substantivo “margem” e significa algo periférico, excluído, algo que está à beira de tudo; à margem de tudo e a partir disso nos joga o questionamento que Duchamp já nos fazia sobre o que é arte e qual o seu lugar, com um jogo de sentidos nos convida a repensar o cânone (na dialética estabelecida com o título da obra), além de dialogar diretamente com o nosso tempo. 

A margem que emoldura também impõe limites; limites esses que o artista busca transgredir ao trazer ao nosso olhar pessoas, que na maioria das vezes, foram reduzidas a números e estatísticas, mas que através das Manalisas ganham um lugar de respeito, consideração e dignidade, ao terem suas belezas retratadas sem mascarar suas essências. Manalisas é uma ode de amor a essas mulheres que lutam todos os dias para seguir existindo. 

As fotografias, além de uma excelente qualidade técnica, trazem uma narrativa documental de olhar atento para a margem, um olhar humano e visceral, a escolha por fotos em preto e branco só aumentou a dramaticidade e a potência das imagens, impossível não ser cutucado pelos cliques ácidos e tão amorosos do artista. 

Jorge deslocou o cânone, a arte para a periferia fazendo uma conexão simples, mas absurdamente potente e singular sobre a condição humana; um retrato aparentemente simples, mas que revela toda a complexidade de nossa contemporaneidade. Volto a afirmar, é uma obra visceral, instigante, impossível de ser apreciada apenas, é uma obra para ser sentida e digerida com todo o nosso ser. 


Lidiane Bach

Curadora 


LUZ REVELADORA

E OUTROS OLHARES


A exposição “Luz Reveladora e Outros Olhares” é resultado da oficina de fotografia, integrante do projeto Click da Kombi - Escola Itinerante de Fotografia, ministrada pelo artista Jorge Aguiar, em parceria com o Instituto Autismo & Vida. Os fotógrafos do projeto são pessoas autistas entre crianças e adultos. 


Fotógrafos

Bruno Meyer da Rocha Freitas

Carlos Eduardo Dihl 

Gabriela Marques Nunes 

Isabelle M. Tavares 

Vinícius Patel Fin 


Assistente de Produção

André Symanski 



Legal, não é? Então dá uma olhada nos registros feitos durante esse período!





 
 
 

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